domingo, 14 de janeiro de 2018

Kazu, uma lenda japonesa que começou no Juventus

Foi destaque na imprensa, nesta semana, a notícia de que o japonês Kazuyoshi Miura, o Kazu, o jogador de futebol mais velho do mundo em atividade, com 50 anos de idade, renovou contrato com o Yokohama FC, clube da J2 League, segunda divisão do Japão, no qual atua como atacante, vestindo a camisa 11.

Nascido em Shizuoka em 26 de fevereiro de 1967, Kazu se tornou o primeiro atleta japonês a atuar profissionalmente no futebol brasileiro, em 1986, defendendo as cores do XV de Jaú. Teve passagens marcantes pelo Santos, CRB e Coritiba, sua melhor fase, aliás.

Mas, quando King Kazu desembarcou no Brasil para realizar seu sonho de se tornar alguém com a bola nos pés, o clube escolhido foi o Juventus. Tinha 15 anos de idade e mal sabia falar português. E, como tantos outros garotos, deu os primeiros toques na bola pesada do velho futebol de salão.

Por isso, a foto a seguir é uma preciosidade. Ela registra a passagem do interminável e desbravador japonês pela Mooca. Kazu posa com a medalha de campeão paulista infanto-juvenil, após o Moleque Travesso bater o São Paulo por 3 x 1. Ao seu lado estão o diretor da modalidade no clube, Valenzuela (à esquerda) e o treinador da equipe, Oswaldo de Lemos, o "Feio" (à direita).



Em 2011, Kazu retornou ao Brasil e fez uma visita ao Juventus, quase 30 anos depois. Nessa ocasião, reencontrou o seu ex-técnico Oswaldo de Lemos, agora gerente de esportes amadores e olímpicos do clube, e juntos recordaram aquela época.

Oswaldo de Lemos mostra a Kazu a histórica foto do campeonato paulista de futebol de salão, que reproduzimos acima


King Kazu, Oswaldo de Lemos, e a camisa do clube em que deu seus primeiros passos no futebol (divulgação / CA Juventus)

Kazu passou dois anos no Juventus até transferir-se para a base do XV de Jaú. No Galo da Comarca continuou sua preparação, ao lado de outros meninos japoneses que vieram fazer intercâmbio após sua vinda ao país.

“Já cansei de falar o quanto eu amo o futebol. Desde criança era a única coisa que eu fazia. Pretendo ficar na ativa enquanto meu corpo e minha paixão permitirem. Estar em campo aos 50 anos junto com meus companheiros é uma alegria muito grande. Acho que vou tentar seguir assim até os 60” (Kazu, no seu 50º aniversário) 

O Manto Juventino, para esta matéria, contou com a colaboração inestimável de Regina Reis, guardiã do valioso arquivo da família Lemos.

Um comentário:

  1. O Feio deveria ser mais reconhecido pelo salonistas,seus serviços prestados a este esporte são imensuráveis e não vemos o reconhecimento individual que ele merece.

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