quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O patrocínio sumiu... mas já voltou

Na estreia do Juventus na segunda fase da Copa Paulista no dia 22/9, em São José do Rio Preto, enfrentando o alviverde da casa, o Moleque Travesso atuou pela primeira vez com o uniforme da Umbro limpo, sem patrocinadores (mais fotos do jogo aqui).



Até o momento, em todas as competições em que o Juventus se apresentou com o equipamento da tradicional marca britânica (profissional, sub-20 e futsal), a camisa levava pelo menos o patrocínio da Prevent Senior na frente.

Não se sabe o motivo que fez o time grená aparecer sem patrocínio neste jogo, que acabou vencido pelo Rio Preto por 1 a 0.

Já no dia 25/9, o Juventus derrotou a Ferroviária na Rua Javari atuando com duas camisas diferentes. No primeiro tempo, ela trazia apenas a marca do patrocinador "master" no peito.



Na etapa complementar, a camisa voltou a ser a mesma que o time principal vestiu ao longo do ano, com a marca da Prevent Senior e do energético Planet Energy Drink nas mangas.



A galeria completa de fotos da partida está no site do clube (clique aqui).

Se havia alguma preocupação sobre perda de investidores, ao menos por enquanto esta fica afastada, já que todos os logotipos voltaram ao uniforme normalmente.

fotos: Ale Vianna/divulgação C.A. Juventus

EM TEMPO
Agradecemos à assessoria de imprensa do C. A. Juventus pela divulgação do nosso texto sobre o jogador Nico.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Figurinhas: Nico, um operário

Em 1947 o futebol paulista já tinha se profissionalizado. Os atletas, os clubes e o público já tinham percebido que aquela história de amor à camisa havia ficado para trás, e quem pagasse melhor ou desse as melhores condições contrataria os maiores jogadores.

Por isso mesmo o jornal Mundo Esportivo chamou Nico, do Juventus, de "exemplo". Naquele ano, João Batista Chiereghim anunciara que iria pendurar as chuteiras. O médio esquerdo do Juventus foi titular de sua posição por onze anos. E nunca jogou em outro time, sendo essa, nas palavras do jornal, "sua mais interessante particularidade".



Nico nasceu no dia 14 de julho de 1916. Começou a jogar futebol aos nove anos, no campo de várzea do Oriente F.C.*, da Vila Prudente, o mais importante clube daquele bairro. Era ponta esquerda. Atuava, também, quando chamado, por outra equipe amadora, o Corinthians de Jundiaí, onde mudou de posição, passando a compor a linha intermediária.

Em 1936, o Juventus convidou Nico a se juntar a sua equipe de aspirantes. Foi promovido para o time principal seis meses depois, mas só passou a ser remunerado por jogar futebol dois anos depois. Isso mesmo. Nico atuou de graça até 1938, quando assinou seu primeiro contrato.

Nos primeiros anos com o Moleque Travesso, Nico passou a ser conhecido como Nico II, em razão da presença de outro Nico, mais famoso, meia direita que integrou a lendária equipe da "Máquina Juventina" em 1932 e foi o primeiro juventino a ser convocado para a Seleção Brasileira. Voltou a ser Nico após a aposentadoria do xará.

Seu único título foi o de campeão do Torneio Relâmpago de Inauguração do Pacaembu (no qual o técnico era o primeiro Nico). Mas ele se recordava com carinho de outro momento emocionante: um empate com o Corinthians pelo segundo turno do Campeonato Paulista de 1945. O Juventus perdia por 3 a 1 e conseguiu igualar o marcador.

O clube era, mesmo, parte da vida de João Batista Chiereghim. Desde 1929 era funcionário do Cotonifício Rodolfo Crespi, onde nasceu o Moleque Travesso. Estava satisfeito com o emprego e com a vida que levava. Disse que sentia particular admiração pelo Juventus e seu desejo era terminar a carreira ali. E nunca sentiu vontade de defender outra agremiação.

Simpático, calmo, gentil e muito popular entre os juventinos, gostava de basquete, não bebia, fumava moderadamente, não gostava de dançar e nem de jogar cartas. Sua principal diversão era o cinema. Acumulou, ao longo da carreira, apenas Cr$ 80 mil cruzeiros, valor suficiente para comprar uma casa e pagar das despesas do seu casamento. Nico, nas palavras do Mundo Esportivo, nada tinha de extraordinário.

Creio que ele tinha algo de extraordinário, sim. Driblou o profissionalismo e conseguiu conciliar o futebol com outra profissão, sem maiores ambições, e encontrou outra atividade que lhe remunerava e pôde lhe garantir uma vida confortável após mais de uma década enfrentando Brandão, Leônidas, Oberdan, Cláudio e outros...

Nico faleceu no dia 20 de julho de 2013, seis dias após completar 97 anos de idade. Em 2011, foi homenageado pelo clube. Aqui está ele ladeado por Michelle Gianella e Luciano Faccioli:


*o Oriente F.C. era um clube de várzea ligado à Manufatura de Chapéus Ítalo-Brasileira Oriente. Em 1934, a indústria foi comprada pela família Crespi e renomeada Capellifício Crespi, mudando-se também o nome do clube. Encerrou suas atividades em 1946.

fontes:
Mundo Esportivo, edições de 4 e 11 de julho de 1947
Glórias de um Moleque Travesso, de Fernando Razzo Galuppo, Angelo E. Agarelli e Vicente Romano Netto, editora BB.
Vila Prudente, do bonde de burro ao Metrô, de Newton Zadra, edição do autor.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Aprecie com moderação

Já mostramos aqui no blog duas camisas usadas no Campeonato Paulista de 1997 com o patrocínio da cerveja Antarctica (aqui e aqui).

Mostramos agora outra camisa interessante, dessa mesma fase.

Por alguma razão o Juventus foi proibido de exibir a marca de uma bebida alcoólica na camisa. A solução para a camisa não ficar com um espaço em branco foi preenchê-lo com o próprio nome do clube.

Ficou assim:






Mostre você também sua camisa do Juventus e conte sua história! Escreva para hamilton@juventus.com.br

sábado, 10 de agosto de 2013

O Dia em que virei Juventino - por Paulo Franco




Bom dia, galera!

Digo que me apaixonei pelo Juventus, a fundo, a ponto de largar o meu outro time (que até então era o São Paulo) quando o Moleque foi rebaixado pra A3 esse ano. Moro desde pequeno na Mooca, não penso em sair daqui, mas só comecei acompanhar o Juventus em 2011... Antes, ia de vez em quando na Javari, por diversão.

Na saída do templo, quando caímos esse ano para a A3, me deparei com o Café sentado na calçada, chorando, triste, e compartilhei do mesmo sentimento que ele, e o prometi que à partir daquele dia não existiria mais São Paulo e, sim, só o Juventus.

Ser juventino é ir na contra mão de tudo o que essa politicagem que cerca o futebol faz. Além de, agora, ser juventino, eu faço reportagens para a Web Rádio Mooca.

Agradeço aos juventinos por terem me aceitado no 'grupo'. Obrigado! E dale Juve!

Paulo Franco é repórter de campo e comentarista da Web Rádio Mooca


Você pode participar da Seção O Dia Em Que Virei Juventino do nosso blog mandando sua história de como o Moleque Travesso começou a fazer parte de sua vida para o email hamilton@juventus.com.br. Já recebemos várias contribuições e todas elas serão postadas na ordem em que as recebemos. Escreva quanto e como quiser, mas participe!

sábado, 27 de julho de 2013

Camisa do sub-20 - L Sport

O time sub-20 já foi eliminado do Campeonato Paulista, mas deixemos registrado aqui a camisa usada pela equipe na competição.

Este foi o único quadro juventino gerido pela empresa de marketing esportivo L Sport a vestir equipamentos da Umbro.

A camisa possui o mesmo patrocinador principal das demais categorias do Moleque Travesso, a Prevent Senior. Nas costas, acima do número, o nome da parceira L Sport.

Curiosamente, as meias não foram fornecidas pela fabricante inglesa, mas sim pela loja oficial do clube.

A foto é de Ale Vianna.

terça-feira, 9 de julho de 2013

1932: Tudo por São Paulo

Em 1932 irrompeu a revolução constitucionalista, que envolveu toda a sociedade paulista e paulistana. Muitos esforços foram realizados pela coletividade e pela indústria, para que os combatentes não ficassem privados de fardas, armamentos, munições, alimentos e atendimento médico.

Os eventos esportivos, claro, foram afetados. Os atletas foram para as trincheiras e formaram batalhões para lutar contra o governo federal. O Juventus, assim como outros clubes, serviu de apoio para arrecadações de bens de necessidade para os soldados.

Além disso, o clube da Mooca, doou 115 taças e troféus que havia conquistado em sua breve história (na época, o Moleque Travesso tinha apenas oito anos de vida) em benefício da causa revolucionária. Por meio de ofício à Associação Paulista de Esportes Atléticos, o Juventus encaminhou seus troféus e declarou:


"Taes tropheos representam toda a vida esportiva desta agremiação.

Em cada um deles palpita uma recordação, uma victoria ou um feito esportivo. Nelles, por assim dizer, se resume todo o nosso passado.

São modestos, na sua maioria, esses tropheos, porque Clube novo sahido ainda hontem das pelejas varzeanas, outros não tem para dar.

Dá, porém, tudo o que tem e sentir-se-á feliz se porventura a sua contribuição poder servir de alguma cousa, por pequena que seja.

Innumeros 'Juventinos' correram a luta na defesa de São Paulo e do Brasil; se esses bravos offerecem á nossa querida terra a sua vida, o Juventus lhe offerece também tudo o que seja seu.

Clube Paulista estamos com São Paulo para viver ou para morrer."




fonte: Glórias de um Moleque Travesso, de Angelo Eduardo Agarelli, Fernando Razzo Galuppo e Vicente Romano Netto, editora BB, págs. 38 e 39.

sábado, 8 de junho de 2013

Os 60 anos da jornada juventina pela Europa

Não pode passar em branco a lembrança da turnê do Juventus pelos gramados do Velho Continente, em meados de 1953. O Moleque Travesso atravessou o Atlântico para realizar uma série de amistosos com equipes estrangeiras. Esta façanha está completando exatos 60 anos por essa época.

"A visita do Juventus servirá ao propósito de estreitar os laços esportivos entre os futebolistas e torcedores europeus e os sul-americanos"
Modesto Mastrorosa, presidente do C.A. Juventus
O Juventus zarpou do porto de Santos a bordo do navio Anna C no dia 2 de maio, pouco depois de ter conquistado o Torneio Interestadual Jânio Quadros, no qual enfrentou Ypiranga, Portuguesa Santista e Bonsucesso, aproveitando o período de inatividade antes do Campeonato Paulista. O elenco desembarcou primeiro nas Ilhas Canárias, onde o navio fez uma escala.

Delegação juventina a bordo do transatlântico Anna C

Em Las Palmas, os juventinos aproveitaram a parada para fazer um jogo em ritmo de treino contra o clube local no dia 12 de maio e venceu por 2 a 0. Foi o primeiro clube brasileiro a jogar naquela localidade. Depois, partiu para a Itália, terra dos ancestrais juventinos e do treinador grená na ocasião, Rossini.

O primeiro adversário na "bota" foi a Sampdoria. O time genovês tinha como arqueiro Giuseppe Moro, goleiro titular da Azurra, e foi derrotado pelos mooquenses por 2 a 1. A Samp marcou primeiro, com Gritti. Zezinho, aos 14, e Edelcio aos 21, viraram o placar. Segundo o livro Glórias de um Moleque Travesso, essa foi a primeira vitória de uma equipe brasileira em solo italiano na história do esporte.

Depois deste grande triunfo, estava previsto que os grenás atuassem contra o Olympique de Marselha. Porém, o adversário cancelou o jogo e o Juventus acabou rumando norte, para a Suécia. Lá, jogou com o Norrköping, campeão nacional, e venceu por 2 a 1 de virada, com gols de Basão e Victor. O adversário seguinte foi o Malmö, vice-campeão sueco, que impôs a primeira derrota juventina no solo europeu: 1 a 0.

Da Escandinávia à Alemanha. Em Colônia, enfrentaram o Preußen Dellbrück, um clube que já não existe mais e deu origem ao atual Viktoria Köln. O alvinegro prussiano perdeu por 3 a 2 do Moleque Travesso. Depois de cruzar o continente, os juventinos voltaram à Itália.

Em Nápoles, o Juventus encarou o time que leva o nome da cidade. A squadra que teria como maior ídolo no futuro o argentino Maradona, devolveu o placar dos alemães: 3 a 2 para eles.

Jepson fez o primeiro aos 4. Edelcio empatou aos 7, Casteli desempatou para os italianos aos 21. No segundo tempo, Krieziu ampliou a vantagem napolitana. O segundo gol do Juventus foi contra, anotado por Comaschi.

Os juventinos foram, então, à Roma. No duelo entre grenás contra o time da cidade, no Estádio Olímpico, ocorreu o maior feito da excursão: 2 a 1 para os brasileiros.

Os romanos começaram melhor e abriram o placar aos 16, com Renosto, que aproveitou passe do ponta-direita uruguaio Ghiggia (sim, aquele Ghiggia). Os juventinos se impuseram no segundo tempo e empataram com Zezinho aos 6. Edelcio, aos 19, chutou forte e de longe, para virar o jogo.

Da Itália para a Suíça, para mais uma série de duelos. No primeiro, o Juventus perdeu do Basel por 4 a 3. A partida aconteceu no dia seguinte à vitória contra a Roma e os jogadores chegaram apenas duas horas antes de entrar em campo contra o Basel. Ainda assim, chegaram a estar vencendo por 3 a 0, dois gols de Durval e um de Bazão, mas sucumbiram ao cansaço e ao campo pesado em razão da chuva. A equipe suíça, que contava com seis jogadores da seleção do país, virou o jogo.

O Moleque Travesso, após três dias de descanso, ganhou do Servette por 1 a 0, gol de Castro. Depois, passagem pela Áustria, onde o Austria Wien (Áustria Viena) carimbou 2 a 0 no passaporte do Moleque Travesso.

De volta à Basiléia, novo encontro com o Basel e, desta vez, um empate em 1 a 1, com gol Juventino de Ari. Ainda na terra dos alpes e do chocolate, vitória sobre o Lausanne por 2 gols a 0, anotados por Castro e Bazão.

Mais um austríaco entrou no caminho do Juventus: Sturm Graz, que perdeu por 3 a 0. Finalmente, a última parada da caravana: Iugoslávia. Dois embates contra os rivais de Belgrado. Um empate sem gols contra o Estrela Vermelha e, para fechar a viagem, uma vitória sobre o Partizan por 2 a 1 no dia 28 de junho, o último compromisso oficial em solo europeu.

A comitiva juventina esperava ainda fazer mais amistosos. Porém, diante da não confirmação pelos adversários, optou por retornar à Itália de trem e embarcar novamente no Anna C para voltar ao Brasil. O navio fez uma parada em Lisboa e pensou-se em disputar uma partida com alguma equipe da cidade, o que acabou não acontecendo.

"Os jogadores estão muito cansados, uma vez que atuaram praticamente quase todos os dias e tiveram que fazer longas viagens entre uma partida e outra. Tivemos tantos oferecimentos que não pudemos atendê-los. Os nossos jogadores estão muito bem impressionados com o público da Suíça, Suécia, Áustria, Iugoslávia e Itália. Na parte meridional da Itália, o público é algo temperamental."
Modesto Mastrorosa, presidente do C. A. Juventus

Em Roma, Viena e Belgrado, o público nas arquibancadas chegou a passar 70 mil pessoas.

Foram dois meses cruzando o continente dos colonizadores, com 9 vitórias em 15 jogos, e mais uma longa jornada de volta ao Brasil.  A comitiva passou rapidamente pelo Rio de Janeiro, onde o navio fez uma escala. O Anna C baixou âncoras na noite de 16 de julho em Santos, onde os juventinos foram recebidos festivamente pela Portuguesa Santista.

Os juventinos foram saudados na manhã do dia 17 de julho por um cortejo que teve início na Avenida Independência, passou pela Avenida do Estado, Rua da Mooca, Rua do Oratório, Rua Fernando Falcão, novamente pela Rua da Mooca, Rua dos Capitães Mores, Praça dos Industriários (IAPI), Rua Catarina Braida, Rua Taquari e Rua Javari. À noite, um baile em homenagem à equipe foi realizado no salão do estádio Conde Rodolfo Crespi, para o qual o clube convidou toda a comunidade futebolística paulista, além dos membros da indústria e comércio do bairro da Mooca.

Delegação:
Goleiros: Valter, Jorge e Osvaldo Petrone
Zagueiros: Juvenal Amarijo, Salvador Cardelli, Arnaldo Thomaz e Diogo Cespedes
Médios: Victor Ratautas ("Lituano"), Osvaldo de Carvalho, Nicolau Pauliuk, Valdemiro de Lillo e Bonfiglio Marangon
Avantes: Nestor André Paz, Isabelino Fonseca, Paulo Aderbal Lari ("Bazão"), José Funicelli, Durval C. Nunes, Edelcio Federici, Orlando G. Castro e José Arias
Treinador: Guiseppe Rossini
Massagista: Bianchi
Roupeiro: Romeu
Chefes da delegação: Modesto Mastrorosa e Avelino Menegatti
Integrava a comitiva, ainda, um árbitro, Caetano Bovino. Na época, era comum as equipes visitantes em excursões levarem o árbitro. Os bandeirinhas eram fornecidos pelos times mandantes.

"Quando deixaram nossa Capital, além da disposição férrea de representar condignamente o futebol brasileiro, os defensores da agremiação da Mooca levavam pouquíssimas esperanças do público em geral, de que conseguissem bons resultados nos vários encontros que iriam realizar. No entanto, tiveram os juventinos brilhante atuação, constituindo-se num dos melhores propagandistas do popular esporte do nosso País no estrangeiro."O Estado de S. Paulo, 07.07.1953

Em honra eterna ao triunfo, uma placa de bronze foi afixada no pátio interno do estádio da Rua Javari, próxima à porta do vestiário:



Em resumo, os resultados e as datas dos jogos da campanha europeia do Juventus:




fontes de pesquisa:
Glórias de um Moleque Travesso, de Angelo E. Agarelli, Fernando R. Galuppo e Vicente Romano Netto, editora BB, 2013.
jornal O Estado de S. Paulo, edições de maio, junho e julho de 1953.

ATUALIZAÇÃO: em 11/01/2017 retificamos um erro no gráfico com os resultados das partidas.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Especial: os 30 anos da Taça de Prata



Trinta anos atrás, um chute de Paulo Martins percorreu a distância penal de onze metros, balançou a rede do arqueiro Adeildo do CSA, fez a festa explodir no Parque São Jorge e, dali, contagiar todo o bairro da Mooca.

Foi no dia 3 de maio de 1983, uma terça-feira, que o Juventus conseguiu sua maior conquista futebolística. Um título nacional, num torneio organizado pela CBF, de forma incontestável, sem asterisco nem nota de rodapé.

O Campeonato Brasileiro daquele tempo tinha um regulamento bem diferente. Os times se organizavam em três divisões, as Taças de Ouro, de Prata e de Bronze, de acordo com o desempenho no ano anterior e também nos campeonatos estaduais. O Juventus fez bem a lição-de-casa em 1982 e, por isso, se habilitou a disputar o torneio na primeira divisão, ou seja, a Taça de Ouro, como representante do Estado de São Paulo.

A Taça de Ouro começava a ser disputada com 40 clubes, divididos em 8 grupos com 5 times em cada. Na primeira fase, os times jogavam entre si nos grupos, em turno e returno. O último colocado de cada grupo era eliminado. O quarto colocado de cada grupo ia para uma repescagem e, destas equipes, as quatro primeiras sobreviveriam na competição. E as quatro últimas se despediam do campeonato.

Todos estes times desclassificados na primeira fase e na repescagem não ficavam abandonados esperando a temporada seguinte. Eles ingressavam na Taça de Prata, que já estava em andamento em uma fase classificatória. Dessa forma, o torneio, hoje equivalente à Série B, inchava, tendo a participação de 48 equipes.

O Juventus caiu na repescagem da Taça de Ouro com 1 vitória, 3 empates e 4 derrotas. Anotou 5 gols e sofreu 10. Na Taça de Prata, entrou em pleno mata-mata, jogos de ida e volta. Esta foi a campanha do Moleque Travesso:

Terceira Fase
13/03/1983 - Juventus 3 x 1 Itumbiara/GO
20/03/1983 - Itumbiara/GO 1 x 1 Juventus

Quarta Fase
27/03/1983 - Galícia/BA 2 x 3 Juventus
02/04/1983 - Juventus 2 x 1 Galícia/BA

Quinta Fase (semifinal)
10/04/1983 - Joinville/SC 0 x 0 Juventus
17/04/1983 - Juventus 2 x 1 Joinville/SC

Chegaram à grande final Juventus e CSA de Alagoas. O regulamento previa, novamente, a disputa em partidas de ida e volta. A primeira em Maceió e a segunda em São Paulo. Em caso de igualdade, uma partida de desempate deveria ser disputada no mesmo local do segundo jogo.

Final - jogo 1
24/04/1983 - CSA/AL 3 x 1 Juventus
Local: Estádio Rei Pelé, Maceió/AL
Público: 14.765 Renda: Cr$ 5.707.400,00
Árbitro: Carlos Sérgio Rosa Martins
Gols: Rômel, 41’ do 1º tempo, Zé Carlos 18’, Josenílton 31’e Ilo 41’ do 2º tempo
Cartão Amarelo: Rômel, Café, Dequinha, Josenílton e Nelsinho
CSA: Adeildo; Humberto, Café, Dequinha e Zezinho; Ademir, Rômel (Josenílton, 23’ do 2º tempo) e Jorge Siri; Américo, Zé Carlos (Veiga, 35’ do 2º tempo) e Jacozinho. Técnico: China
Juventus: Carlos; Nelson, Nelsinho, Nenê e Bizi; Paulo Martins, Gatãozinho (Gerson Andreotti, 20’ do 2º tempo) e César; Sidnei, Bira (Ilo, 20’ do 2º tempo) e Trajano. Técnico: Candinho

Final - jogo 2
01/05/1983 - Juventus 3 x 0 CSA/AL
Local: Estádio Alfredo Schürig (Parque São Jorge), São Paulo/SP
Público: 2.467 Renda Cr$ 1.283.150,00
Árbitro: Arnaldo César Coelho
Gols: Gatãozinho, 7’ do 1º tempo, Bira, 33’ e Trajano 37’ do 2º tempo
Cartão amarelo: Deodoro e Paulo Martins
Juventus: Carlos; Nelson, Deodoro, Nelsinho e Cardoso (Nenê, 32’ do 1º tempo); Paulo Martins, César e Gatãozinho; Sidnei, Ilo (Bira, 32’ do 2º tempo) e Trajano. Técnico: Candinho
CSA: Adeíldo; Humberto, Café, Dequinha e Zezinho; Ademir, Jorginho e Rômel (Josenílton, 30’ do 2º tempo); Américo, Zé Carlos e Jacozinho. Técnico: China

Se existisse na época o tal do placar agregado ou a regra do gol fora de casa, o Juventus teria faturado o caneco já no segundo jogo, disputado no estádio do Corinthians num domingo à noite. Mas a regra do campeonato desprezava o saldo de gols, interessando apenas a quantidade de vitórias. Seria necessário mais um jogo para que um dos dois competidores fizesse 2 a 1 na série decisiva.

E assim, naquela terça-feira, 3 de maio de 1983, uma noite fria, novamente na Fazendinha, o Juventus enfrentaria novamente os alagoanos. Um jogo nervoso, com excessivo número de faltas e jogadas violentas. A tensão passava alambrado afora, com ânimos exaltados nas arquibancadas entre torcedores e membros da delegação do CSA e juventinos da recém organizada Torcida Ju Jovem.

O experiente lateral direito Nelsinho Batista penetrou na área e foi derrubado pelo marcador. O lance é, até hoje, controverso. A equipe azulina e o seu jovem dirigente Fernando Collor (aquele que, depois, seria Presidente da República) protestaram contra a marcação da penalidade máxima. A revista "Placar" afirmou que Nelsinho tropeçou no zagueiro. Seja como for, Paulo Martins pegou a bola Topper e a pôs na marca da cal. E marcou! O gol do primeiro título nacional do Juventus!


Lance do pênalti: Nelsinho Batista é derrubado pelo zagueiro do CSA

Final - jogo desempate
03/05/1983 - Juventus 1 x 0 CSA
Local: Estádio Alfredo Schürig (Parque São Jorge), São Paulo/SP
Público: 3.205 Renda Cr$ 1.680.200,00
Árbitro: Luiz Carlos Félix
Gol: Paulo Martins (Pênalti), 26’ do 2º tempo
Cartão amarelo: Café, Dequinha, Ademir, Paulo Martins, César e Jorginho
Juventus: Carlos; Nelson, Deodoro, Nelsinho e Bizi; Paulo Martins, César e Gatãozinho; Sidnei, Ilo (Bira, 23’ do 2º tempo) e Cândido (Mário, 38’ do 2º tempo). Técnico: Candinho
CSA: Adeíldo; Humberto, Café, Dequinha e Cícero (Veiga, 27’ do 1º tempo); Ademir, Jorginho e Rômel; Américo, Josenílton e Jacozinho. Técnico: China


Um torcedor de "time grande" pode enxergar este momento com desprezo e desdém, afinal de contas, para um "grande" seria muita humilhação disputar um torneio de segundo escalão. E o troféu de campeão, evidentemente, não seria mais do que obrigação.

Mas o Juventus não é um "time grande". E essa é, justamente, a sua grandeza. A grandeza de lutar contra eles e, por vezes, os derrotar. A grandeza de lutar com suas forças pelo seu lugar, superando todas as dificuldades.

MITOS, CURIOSIDADES E CONFUSÕES

Algumas informações desencontradas foram se acumulando ao longo dos 30 anos da façanha juventina.

Um deles é o de referenciar o time posado da foto abaixo com a equipe campeã da Taça de Prata. É, mais ou menos. A foto não é a do time que jogou a final. Foi tirada no segundo semestre de 1983, quando, por pouco tempo, uma estrela prateada encimou o escudo do Juventus em homenagem à conquista.



O time que jogou a grande final é este:



Aqui podemos falar de outra confusão. É comum identificarmos a tradicional camisa da Adidas com gola V grená como a camisa do título da Taça de Prata. As fotos e a filmagem da partida mostram que no primeiro tempo os Mooquenses atuaram com uma camisa de gola V branca. Somente no segundo tempo é que o lendário uniforme com gola grená foi utilizado.

Outra confusão diz respeito à data do jogo. Muitas fontes afirmam que a finalíssima foi disputada no dia 4 de maio de 1983. Mas, na verdade, o título veio no dia 3. É que, como o embate se deu à noite, a maioria dos jornais só publicou o resultado no dia 5, o que levou muita gente a concluir que o jogo teria sido no dia 4.

Um dos poucos jornais a fechar a edição do dia 4 já noticiando o triunfo juventino foi "A Gazeta Esportiva". O exemplar abaixo, verdadeira relíquia, é guardado cuidadosamente pelo amigo Renato Corona:


A ficha publicada na revista "Placar" também não deixa mentir quanto a data do jogo:



Por fim, vale a leitura de um relato de quem estava lá e tem a memória viva para contar está no blog Bola pro Mato. Sergio Agarelli narra a partida decisiva sob sua perspectiva.



domingo, 28 de abril de 2013

Sergio Mangiullo, da Torcida Ju Jovem



Quis o destino que o último registro de Sergio Mangiullo fosse justamente ao meu lado, nesta filmagem da Umbro. Neste dia vesti a camisa que ele estava usando, a pedido do diretor da gravação. E nesse dia, também, fui formalmente apresentado ao Serjão e tomei uma carona em seu táxi. Ele não se lembrava de mim, embora eu, obviamente, o conhecesse de muito tempo. Várias vezes havia comprado rifas com ele, adesivos e camisa da Ju Jovem.



A primeira vez que eu o vi foi no Centro da cidade, eu vinha com uma camisa do Juventus e ele acenou e apontou para o adesivo do Juventus colado no vidro de seu carro.

As coisas acontecem de repente. Ele estava feliz, disse ao pessoal da produtora que a partir daquele dia só iria usar produtos da Umbro, e que a camisa era linda...

Em homenagem ao eterno presidente da Torcida Ju Jovem, abro uma exceção no blog para publicar algo que não é uma camisa do Juventus, mas uma camisa da torcida. Esta rara camisa, de 1981, da mais antiga organizada do Moleque Travesso pertence ao amigo Sergio Cipullo, que a guarda como relíquia. Nunca foi usada.



Aproveito para consignar também meus sentimentos de pesar pelo falecimento do vice-presidente do Juventus, Jhonie Gasparotto, ocorrido na semana passada. Perdemos, em curto intervalo, dois juventinos.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Dia em que virei Juventino - por Anderson Fontana

Sempre amei futebol, desde pequeno. Amei tanto que tinha ‘paixões’ por times em todos os países, torcia pra um na Itália, outro na argentina e, é claro no Brasil, torcia para um ‘grande’.

Num desses lampejos de paixão, quando tinha meus 18 anos, lembro que fui numa loja de esportes na Rua 25 de Março e passei bem umas duas horas para escolher a camiseta que iria comprar na banca de promoção. Estava com o dinheirinho contado e, na imensidão de camisetas, acabei escolhendo uma do Juventus, número 10, grená, da Finta. Conhecia um pouco da história da Javari e achei linda. Usava sempre na rua jogando bola.

Desde aquele tempo as pessoas principalmente os mais velhos olhavam e piravam: nossa, camisa do Juventus, que legal!

Eis que uns 14 anos se passaram, muito conhecimento eu ganhei, o suficiente para me tocar o lixo que é o futebol-marketing, a roubalheira que são os times ‘grandes’... já tinha me enchido do futebol mas, num dia, numa conversa de amigos, ouvi dois deles conversando sobre os jogos na Rua Javari, sobre como era legal, que um amigo tinha ido e blá blá blá...

Lembro que quando ouvi "Rua Javari", me meti na conversa e falei "vocês foram lá?" No final falamos que tínhamos que ir todos um dia, mas a conversa miou e eu fiquei com aquilo na cabeça: "preciso ir lá".

Procurei me informar e comecei a acompanhar de perto o Juventus, pela internet, pelo site da Federação, era o começo da A3 de 2012. A cada rodada a paixão ia crecendo mais, um dia me toquei que já estava viciado, e ouvindo o mitológico jogo Juventus 4x3 Taboão, me remoí de raiva de não ter ido aquele jogo! Lembro que pensei em dar o cano aquele dia, eis que no dia 8 de abril de 2012 enfim fui com meu amigo Mauricio conhecer a Javari. Ganhamos do Capivariano e nos classificamos.

Agora, sempre que posso vou aos jogos, a paixão só cresce a cada dia, e sonhando com a iluminação da Javari, para não perder mais os jogos de quarta feira.

Agora o 'grande' que eu torcia só tenho notíoias quando folheio o jornal. Estádio? Só nos jogos do Juve! Forza Juve!



Você pode participar da Seção O Dia Em Que Virei Juventino do nosso blog mandando sua história de como o Moleque Travesso começou a fazer parte de sua vida para o email hamilton@juventus.com.br. Já recebemos várias contribuições e todas elas serão postadas na ordem em que as recebemos. Escreva quanto e como quiser, mas participe!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Camisa do Sub-17

Já estamos com a cabeça mais fria, mas não menos indignada com o fracasso da jornada juventina pela Série A2. O negócio é seguir em frente, enquanto há atividade na Rua Javari.

Apresentamos a camisa que o Juventus utilizou na estreia do Campeonato Paulista Sub-17, no último dia 6 de abril, contra a representação do Red Bull Brasil Futebol e Entretenimento Ltda.

As equipes de base grenás passaram a ser geridas pela empresa L Sports, que coloca seu nome nas costas do uniforme, logo abaixo do número.




A Prevent Senior se mantém como patrocinadora, mas, sabe-se lá o motivo, a Umbro não fornece o material esportivo, o qual é restrito ao time profissional. Os times de baixo do Moleque Travesso vinham usando equipamento antigo ou sem marca, e é este o caso do Sub-17.

A própria L Sports se encarregou de providenciar o fardamento, o qual é bem intencionado, sem frescuras ou detalhes, apresenta numeração bem visível, em tipografia semelhante à usada pela Adidas em 2002, mas tem um evidente problema de modelagem: vejam nas fotos tiradas pelo amigo Roberto Rogério Rocha como as camisas são enormes.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Campanha de lançamento do uniforme da Umbro

O Juventus foi alvo de uma ação de marketing promovida pela Umbro, fabricante do uniforme oficial da temporada 2013. Esse tipo de movimentação não é comum pelos lados da Mooca, infelizmente, em razão da pequenez de pensamento de dirigentes, da falta de interesse no clube diante de sua relegação às divisões inferiores do futebol paulista e também por outros motivos diversos que em momento oportuno poderemos discutir.

A campanha tem como foco a cultura futebolística juventina, a paixão pelo clube e a tradição e história do uniforme grená. É, por isso, protagonizada por figuras marcantes do passado juventino, como o artilheiro Wilson Buzzone, Raudinei e o lendário Elias Pássaro, massagista do Moleque Travesso há mais de cinquenta anos. Dois nomes do presente se fazem presentes também: a "cria" Romarinho e o "maestro" Élvis.

A proposta foi extremamente bem recebida, como demonstraram os comentários no Facebook da Umbro, o que prova que a opinião expressada pelo jornalista Antero Greco, em matéria publicada na edição deste mês da revista Alfa, falando sobre o Juventus, está coberta de razão. Ele diz:
"o que o clube pode fazer para ganhar dinheiro é justamente explorar a nostalgia, vender a ideia do time que venceu a modernidade, criar um ponto de turismo nesse espaço da história da cidade."


É isso! Exatamente isso! Aliás, vale a pena comprar a revista e degustar, de cabo a rabo, a matéria de seis páginas sobre o Juventus e a devoção de seus torcedores.

Mas, voltando à camisa, aí estão as artes desenvolvidas pela Umbro para divulgação do nosso novo manto. Acertaram em cheio. Tão em cheio que quase ninguém percebeu que num dos cartazes o nome do clube estava escrito errado. Mas o erro foi rapidamente reparado pela empresa.

A campanha também foi destaque no site da Umbro em língua inglesa, que destacou o Juventus como um dos mais tradicionais times brasileiros e "um pedaço da Itália no Brasil". Veja aqui.





terça-feira, 19 de março de 2013

Camisa da Umbro, finalmente!

E finalmente está à venda para o torcedor juventino a camisa do Juventus, da Umbro!

O manto 2013 está chegou às lojas nas versões titular (grená) e reserva (branca), nos tamanhos P, M e G, somente no modelo masculino, sem patrocínio e sem número nas costas.


A camisa não poderia ter chegado em pior hora. Um exercício de timing desastroso, que nem é tanto culpa da empresa, mas do fracasso da campanha do Juventus no Campeonato Paulista da série A2.

Se serve de compensação, é a única coisa bonita que lembraremos do ano de dois mil e treze, essa camisa.

Como até o momento não foram divulgadas oficialmente imagens da camisa, nós mesmos as providenciamos, portanto, nos perdoe pelo possível amadorismo destas chapas fotográficas.

Perceberá o atento observador que a camisa possui um "patch" no lado inferior esquerdo, próximo à barra, em alusão à conquista da Taça de Prata em 1983, que completa 30 anos em maio.



A camisa está à venda na Camiseteria di Mooca e na Loja Oficial Grená e Branco.

sexta-feira, 8 de março de 2013

O Dia em que virei Juventina - por Isabella Lionetti



Bom, acho que foi em uma quarta feira, em 2008, em mais um daqueles dias de colégio, rotina normal...

Mas, nesse dia, uma coisa mudou a minha vida...

Um amigo, que costumava frequentar muito a Javari, me fez o convite para acompanhá-lo ao jogo, e então eu fui.

Quando cheguei, comprei meu ingresso e entrei, NUNCA tinha ido em algum estádio de futebol e achei incrível logo de cara. Ele me levou para o Setor 2 e eu me assustei um pouco com toda aquela loucura, todo mundo gritando e cantando e apoiando o time sem parar...

Foi aí que me apaixonei.

Fiquei bem tímida, mas depois comecei a frequentar os jogos, aprendi as musicas, fiz amizade com várias pessoas e hoje, gracas a Deus, sou juventina com orgulho e vou morrer assim.

Alentando até o fim.

Isabella Lionetti veste: Camiseteria di Mooca
Foto: Sergio Ribeiro de Barros
Local: Estádio José Liberatti, Osasco, 2012


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O dia em que virei Juventina - por Mylena Fantini

Foto: Ale Vianna
Local: Estádio do Canindé, 2012


Tudo começou quando eu iria completar uns 4/5 anos de idade...

Um certo dia meu pai chegou com duas camisetas de times, uma delas era do São Paulo(time que ele torce) e a outra do Juventus. Como eu era pequena e não entendia nada de futebol, escolhi a do Juventus simplesmente pelo fato da cor ter me chamado a atenção.

Enfim, quando completei uns 8 anos, comecei a me interessar por futebol e comentar com meu pai que queria assistir um jogo de verdade, como sempre moramos aqui no bairro da Mooca, ele me levou à Javari. Sem dúvidas aquele lugar me encantou demais! Além de ficar mega feliz ao ver um jogo de futebol, havia toda a magia de comer amendoim no boné, tomar sorvete e melhor ainda, poder xingar o bandeirinha de pertinho. Não só me apaixonei pelo time, mas também pela mistica do campo em si.

Os anos foram se passando e comecei a comparecer aos jogos sozinha, eu me sentia o máximo quando dizia que iria assistir futebol sem precisar que ninguém acompanhasse... Esse sentimento de amor, de paixão foram crescendo cada jogo que eu ia, independente do resultado.

Nos últimos 4 anos fui entendendo cada vez mais a história do time e o vinculo com o bairro da Mooca. Dentro da Javari me sinto segura, me sinto quase no quintal de casa.

O Juventus para mim é além de um time. Simplesmente representa um pedaço de história que vem sido apagada com a verticalização mooquense.

Torcer para o Juventus é lutar para que o tradicionalismo não acabe e que as coisas simples da vida criem um valor único, torcer pro Juventus é lembrar sempre dos momentos em família, torcer pro Juventus é saber que você pode apoiar o time cara a cara, é saber que irão ouvir você torcendo ou xingando.

Torcer pro Juventus me faz sentir que realmente sou torcedora de futebol.

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

figurinhas: Marcelo Moreira


Criado nas categorias de base do Palmeiras, clube tradicionalmente formador de bons guarda-redes, Marcelo foi um dos grandes arqueiros a vestir a camisa juventina. Marcelo foi ídolo do clube, esteve presente na conquista de dois títulos (algo raro para um atleta do Juventus): Campeonato Paulista da Série A2, em 2005, e Copa Paulista, em 2007, além de ter defendido a meta grená na histórica jornada contra o Coruripe, na Copa do Brasil de 2008. Atuou entre 2004 e 2011 pelo Juventus, em mais de 100 partidas (algo igualmente raro, ainda mais nos tempos atuais). Também esteve presente em um momento difícil da equipe, quando o Moleque Travesso foi rebaixado para a Série A2 em 2008.

Marcelo retornou ao clube em 2011, na equipe montada pela Planinvesti. Porém sofreu uma contusão no início de sua participação no Paulistão Série A3 e, após se recuperar, decidiu pendurar as luvas e juntou-se à comissão técnica.

Aqui vemos Marcelo em ação num duelo contra o Santos, em 2006, pelo Campeonato Paulista Série A1.

Nosso amigo Glauco Nappi tem em sua coleção uma bela camisa de goleiro do mesmo modelo utilizado por Marcelo nessa partida:


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O dia em que virei juventino - por Danilo Dias



Nasci em 1990 e lá pra 94, com a primeira Copa do Mundo, é que surgem pra mim as primeiras lembranças do que é futebol na minha cabeça. Bebeto, Lalas, Ivanov, Baggio... Nem sabia o nome desses indivíduos, mas lembro de cada um em minha memória fotográfica. Os anos foram passando, fui pegando gosto pelo negócio. Comecei a jogar por diversão, depois tentando algo mais sério... Vi que meu negócio era assistindo mesmo. Foi vendo times e mais times jogando que lá pra 2005, naqueles times de Viola e Dedimar pelo Paulistão, e com a crise do meu time na época, foi que eu comecei a me engraçar pelo grená e branco do Juventus.

Vivi anos e anos simpatizando pelo clube até que virei de vez juventino. Meu primeiro jogo na Javari é recente, em 2012. Foi épico, pelas circunstâncias e pelo resultado. O Juventus entrou fora da zona de classificação para a segunda fase da A3 contra o Capivariano. Precisava vencer e torcer contra alguns times. Meteu quatro, gols de Fubá, Tony que jogou demais e dois do Fernandinho.

Saímos classificados e cantando o hino. Nada melhor.

Sempre que vou a Javari, vejo o quão gostoso é aquilo. Clima acolhedor, onde você anda por todo o estádio se quiser... Xinga o adversário, vai na grade, conversa com o jogador... No amistoso contra o São Caetano do começo do ano, conversei o jogo inteiro com o goleiro Luis que respondeu tudo. Falava "Deixa passar essa, Luis!", em tom de brincadeira ele ria, dava joinha... Num escanteio gritei pro nosso 9 "Vai que é agora Luciano!". Ele olhou pra gente, assinalou com a cabeça que sim, era a hora. Essa interação não existe em lugar nenhum do Brasil, não adianta, é só na Javari. Esse sim é o nosso futebol. Essa é a verdadeira essência. O Juventus não leva torcedores ao estádio. Leva gente de verdade, que não se robotiza. É nessas que eu me pergunto se o futebol tem que ser tão caro, se o divertido é estar ali, sendo presente de verdade numa partida, entrando praticamente em campo com os jogadores.

Não precisamos de estádios lotados, de arenas multiuso, de cadeiras numeradas e de aquecimento subterraneo. Nós só precisamos de futebol. O Juventus traduz o que é o esporte. Traduz o que é o futebol de verdade. Na Javari somos mais que torcedores. Somos personagens da partida.

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domingo, 3 de fevereiro de 2013

O Dia em que virei Juventina - por Alana Mesquita

foto ilustrativa - crédito: Ale Vianna

Hoje é a vez de uma mulher falar sobre seu amor pelo Juventus e por um juventino. Pois é, de veze em quando times de futebol também agem como cupido.

Diz aí, Alana Mesquita:

"O Dia em que virei Juventina foi em 06/10/2007* na Rua Javari, no Bairro da Mooca, quando um grande juventino, o Glauco, conquistou o meu coração e fez com que ele se tornasse da cor grená.

Foi tudo muito rápido.

Quando percebi, já era consumidora dos cannolis da Javari e também já estava acompanhando muitos dos jogos no interior de São Paulo.

E hoje a única coisa que posso dizer é que os meus filhos serão JUVENTINOS."


*Nesse dia o Juventus venceu o Marília por 2 a 0, com gols de Elias e Johnny, pela penúltima rodada da segunda fase da Copa Paulista. O Juventus foi campeão do torneio naquele ano.

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Glórias de um Moleque Travesso

Finalmente aparadas as arestas, Fernando Galuppo, Vicente Romano Netto e Angelo Agarelli lançarão o livro Glórias de um Moleque Travesso na livraria Saraiva do Mooca Plaza Shopping na próxima terça-feira, às 19h.


Os autores se debruçaram sobre documentos, jornais e anotações e entrevistaram muita gente durante os últimos anos para chegar a esta obra, a primeira em 89 anos de existência do clube a contar toda a sua história. A leitura é obrigatória.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O Dia em que virei Juventino - por Ronaldo Jardim


Em 2013 nossa seção que conta a história de como alguém passou a torcer pelo Juventus continua! Já recebemos algumas boas histórias. Esta é a primeira do ano.

Quem fala é Ronaldo Jardim, de Belo Horizonte/MG:

Como me interesso e acompanho futebol, sempre ouvi falar do Juventus, da Rua Javari...

Sou descendente de italianos e, um dia, comentando com um amigo que eu faria uma pesquisa sobre times que tiveram uma origem italiana no Brasil (meu tio-avô foi o primeiro brasileiro a jogar na Itália, Otávio Fantoni, o Nininho, saiu de BH, do Palestra Italia mineiro, em 1931, para a Lazio de Roma), esse amigo de cara me falou: “o time mais italiano do Brasil é o Juventus de São Paulo”.

A partir daí comecei a pesquisar a história, origens, vídeos, entrevistas, reportagens... foi o suficiente! Bastou para um Juventino nascer...

Moro em Belo Horizonte, acompanhado as noticias pelo site do Clube, site da torcida Juve... Comprei uma camisa comemorativa de 1983 e, um dia, andando em um Shopping em Belo Horizonte um senhor abordou-me e disparou “mas você torce mesmo para o Juventus?”.

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sábado, 26 de janeiro de 2013

Camisa branca e um novo patrocinador

Novas fotos das camisas postadas na página do Facebook oficial do Juventus e da Loja Grená e Branco mostram pela primeira vez a camisa branca, reserva, e um novo patrocinador de mangas, o energético Planet Energy Drink.





A foto mais aproximada da camisa grená nos permite ver o tecido bacana que a Umbro usa nessa linha de camisas. Uma beleza!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Primeiras imagens da camisa da Umbro em ação

Aí estão as fotos da camisa da Umbro em sua estreia. O jogo contra o Noroeste foi uma lástima, uma enorme frustração, e mostrou um time que precisa muito evoluir se quiser mesmo fazer alguma coisa no campeonato.

Mas vamos voltar ao assunto do blog, que é a camisa, deixando a análise do jogo para os blogs Juventus Travesso e Bola pro Mato.

A chuva fina que caiu no comecinho da partida serviu para molhar as camisas e deixá-las com uma cor bem interessante.




O Juventus jogou todo de grená porque a Umbro ainda não enviou os calções brancos.

Para os que perguntam, a camisa ainda não está à venda. Este primeiro lote foi todo destinado aos atletas.

Estou com bastante assunto por aqui! Já tenho o primeiro depoimento de 2013 para "O dia em que virei juventino" e mais bastante material reunido desse tempinho em que o blog ficou, por minha culpa, minha máxima culpa, parado. Vamos em frente!