segunda-feira, 25 de abril de 2011

Futsal do Juventus ainda veste Puma!

Há vários anos, talvez cinco anos, por aí, o Juventus adquiriu equipamentos da Puma para suas equipes de Futsal, como esta camisa que pertence à minha coleção:





Pois eles ainda são utilizados!

Na foto abaixo, vemos os jovens atletas Matheus Sermino Pozzi e Luiz Felipe Gomes Nogueira, da categoria sub 13, sendo homenageados pelo clube. Eles receberam o Tênis de Ouro da Federação Paulista de Futsal. Reparem o uniforme que vestem.



O sub-13 do Juventus é patrocinado por Santamália Saúde e Colégio Drummond.

Ainda vemos nesta chapa Paulo Barreto de Jesus Junior, da categoria sub 09 e Raphael Monteiro Cavalcanti, da categoria sub 11. Os dois utilizam uniformes Deka com desenho que nunca foi usado pelo profissional.

No site do Juventus está a reportagem inteira de onde extaímos esta foto. Lá é possível ver ainda o presidente Antonio Ruiz Gonsalez partindo o bolo de aniversário do Moleque Travesso!

sábado, 23 de abril de 2011

Por que fracassamos em 2011?

O ano de 2011 começou cheio de expectativa para o torcedor juventino. Uma parceria com um grupo endinheirado, gestão profissional, marketing e elenco e comissão técnica de gabarito prometiam que fariam o time voar.

No entanto, em campo, a desclassificação para a segunda fase do Paulistão A3, afastando o sonho da volta à elite do futebol no Estado - e pior, uma ameaça de cair para a quarta divisão - transformaram os sonhos em pesadelo.



Neste especial em parceria com o Blog do Juva, apontamos os passos da frustrante jornada juventina em 2011.

DESCONFIANÇA DA PARCERIA
O Juventus esteve próximo de fechar uma parceria com o site Meu Time de Futebol (MTDF), que reúne adeptos e fundos para adquirir um time e geri-lo democraticamente por meio da internet. Esse projeto pouco usual e inusitado foi inspirado na experiência do My Football Club, site que administra o capenga Ebbsfleet United, da sexta divisão inglesa.

As revistas Exame e ESPN davam como certo o negócio, até que a diretoria do Moleque Travesso emitiu comunicado oficial negando interesse. O MTDF acabou fechando com o Maguary, da segunda divisão cearense.

A pressão da torcida e dos sócios e conselheiros do Juventus foram os principais entraves à parceria com o site. Esta mesma pressão se transferiu à parceira Planinvesti, que assinou com o clube meses após o episódio Meu Time de Futebol. A desconfiança exigiu esforços dos novos investidores, que precisaram apresentar, de forma transparente, seus interesses.

FORA DE CAMPO, MUITO BARULHO
A parceira logo nomeou o ex-jogador do Corinthians, Bayern e Seleção Brasileira Paulo Sérgio como diretor de futebol. Este, por sua vez, anunciou Viola e Gilmar Fubá como reforços, ganhando repercussão na imprensa.

A equipe de marketing contratada também investiu em buscar apoio da torcida, oferecendo transporte aos jogos fora de casa, eventos festivos, camisas retrô, produtos licenciados e planos de sócio-torcedor. Porém, nada disso aconteceu. Os jogadores figurões não vieram, atividades de marketing como um jogo amistoso foram cancelados e outros sequer saíram do papel.



O uniforme foi apresentado em evento na sede social do clube, que contou com o apoio do blog Manto Juventino e cobertura em tempo real do site Minhas Camisas.

Como pontos positivos, destaca-se a mudança dos jogos em casa em fins de semana do domingo de manhã para o sábado à tarde, bem como a proibição de camisas de times rivais, medidas tomadas após sugestões da torcida. O veterano goleiro e ídolo da torcida Marcelo, de volta, o volante Ramalho (ex-São Paulo e Santo André) e o meia e lateral Marco Aurélio (ex-Santos e Paysandu) eram os atletas mais conhecidos do plantel.

EM CAMPO, UM MAU COMEÇO
Logo na estreia em Paulínia, o Juventus tomou um 3 a 0. A torcida, bem recebida pelos dirigentes da parceria, deu um voto de confiança ao grupo. Mas sentia que o elenco montado era muito inferior ao do ano anterior, montado totalmente pelo clube. Os jogos seguintes viriam a confirmar esta impressão: vitórias com sacrifício, muitos gols perdidos e saldo de gols baixíssimo.

MULHER DE MALANDRO
O técnico Karmino Colombini, responsável pela pré-temporada, largou o clube após a terceira rodada da competição, atraído por uma boa proposta do S.C. Barueri, quando o time começou a se acertar em campo e ocupava o G4. Paulo Sérgio protestou contra a atitude que considerou antiética do treinador.

Os atletas que pareciam poder evoluir com Karmino se perderam completamente e o novo técnico, Ivo Secchi, não conseguiu dar padrão de jogo ao time.



MOMENTO TABAJARA
Com Ivo Secchi o Juventus fez uma campanha digna de rebaixamento: uma vitória, quatro empates e três derrotas. Os jogadores pareciam abalados. Não conseguiam acertar sequer passes curtos, não chutavam a gol, não tinham jogadas ensaiadas e não tinham controle emocional. Em todos os jogos, pelo menos um foi expulso.

A queda de produção coincidiu com um momento ruim do goleiro Marcelo, que falhou seguidas vezes dando gols aos adversários.



O Juventus reabilitou três times que amargavam a lanterna do campeonato. Flamengo, Inter de Limeira e Barueri conseguiram vencer o Moleque Travesso.
A cada jogo, o público na Rua Javari diminuía. O futebol ruim desagradava a todos.

ELES ESTÃO DESCONTROLADOS
Serginho e Rafinha foram a imagem do nervosismo. Expulso contra o Paulínia na única vitória sob o comando de Secchi, Serginho teve atitude hostil contra a torcida, pegou gancho de 5 jogos e nunca mais vestiu a camisa grená. Rafinha arremessou uma garrafa d'água nos torcedores que protestavam atrás do banco de reservas na partida contra o Flamengo que derrubou o comandante.

O Moleque Travesso amargava grave crise, estava na zona de rebaixamento para a série B do Paulistão - a quarta divisão - e começavam os boatos que sempre surgem em momentos de dificuldade: a ameaça de fechamento do departamento de futebol profissional.



NÃO ROLOU QUÍMICA
Os juventinos perderam a paciência. Foram cobrar na saída do estádio da Rua Javari explicações para o desastre contra o rubronegro guarulhense.

No momento mais crítico do ano, a torcida foi acusada de prejudicar a equipe com seus protestos e sua pressão. Salvo raras exceções, como o goleiro Marcelo e o meia Nem, os atletas pareciam não ter tido nenhuma identificação com a camisa que vestiam e o clube que defendiam.

Na internet tudo parecia bem. Pelo Twitter, o gerente de futebol Paulo Sérgio somente dizia que alguns jogadores precisavam "mudar de atitude".

Curiosamente, a derrota que fez Ivo Secchi cair do comando do clube foi noticiada na imprensa como "inesperada" e o trabalho desenvolvido era digno de elogios. Mas não era bem assim.



A NOVA ATITUDE
Muitas coisas mudaram após o fatídico jogo contra o Flamengo e o tête-à-tête dos dirigentes com os torcedores na saída da Javari.

Paulo Sérgio desapareceu do Twitter, embora continuasse participando frequentemente de jogos de showbol na televisão. Não falou mais sobre o time, exceto em notas divulgadas à imprensa.

A equipe de marketing, que batia cabeça com a direção da parceira, deixou de prestar serviços, enterrando o projeto do terceiro uniforme, do qual o blog Manto Juventino havia sido convidado a participar.

Karmino Colombini, demitido do S.C. Barueri, voltou ao Juventus repetindo a passagem bíblica do filho pródigo. Marcelo, lesionado, deu lugar a Maurício, que fechou bem o gol. O time recuperou um padrão de jogo e passou a jogar com mais calma. O festival de cartões vermelhos também teve um fim.

A GRAÇA DE SANTO EXPEDITO
A caminho de Taubaté, os abnegados torcedores juventinos encontraram num posto de gasolina de beira de estrada um maço de santinhos de Santo Expedito. Pediram ao santo das causas impossíveis a salvação do time do rebaixamento.

A prece começou a dar resultado no estádio Joaquinzão. O Moleque Travesso venceu o Burro da Central numa incrível virada aos 46 minutos do segundo tempo, com um jogador a menos. Gol do reserva Rodinei que, como Robson Lino, cresceu nas rodadas decisivas. A partir deste momento, o santo "blindou" o Juventus.

REAÇÃO TARDIA
O Juventus conseguiu se recuperar nas últimas rodadas do campeonato. Em exibição de gala em Itapira, enfiou 4 a 0 na Itapirense, com gols dos contestados Marco Aurélio e Neizinho. Todos se perguntaram por que esse bom futebol só foi aparecer na penúltima rodada da competição.

Tendo escapado da degola e com chances matemáticas de classificação para a segunda fase, em razão do baixo nível técnico do torneio que fez vários times ficarem empatados em pontos, o Moleque Travesso acabou não conseguindo prosseguir apesar de derrotar o Taboão da Serra, em casa, e foi eliminado do certame. A fatídica derrota para o Flamengo pesou, pois justamente por uma vitória a mais do que o Juventus o rubronegro avançou.

A última informação dos lados do clube é a de que todos os jogadores e o gerente Paulo Sérgio foram desligados, e que o elenco será montado a partir da Copa Paulista, para servir de base para o próximo estadual. Parece bom.

Fortes e breves emoções (porque durou apenas quatro meses o Paulistão para o Juventus) em 2011. Voltaremos a campo no segundo semestre. E voltaremos a ser primeiros, como em 83.

colaboraram Renato Corona e Guilherme Conde

quarta-feira, 20 de abril de 2011

87 primaveras

Hoje é aniversário do Juventus. Nascido Cotonifício Rodolfo Crespi F.C., em 20 de abril de 1924, da fusão do Extra São Paulo com o Cavalheiro Crespi F.C. (antigo La Grecia), ambos times amadores formados por funcionários da tecelagem Rodolfo Crespi.

Nesta efeméride, vamos relembrar um dos momentos históricos do Juventus, quando ainda defendia as cores e o emblema do Cotonifício Rodolfo Crespi F.C..



O alvinegro paulistano da Mooca derrotou o A.A. República em embate entusiasmante no estádio da Rua Javry, pelo placar mínimo, conquistando o campeonato paulista da primeira divisão apeana. O tento foi marcado por Piccinini e a assistência, que compareceu em bom número e enthusiasmou-se com a grande presença do elemento feminino nas arquibancadas, invadiu o campo de jogo para carregar os athletas em triumpho.

Com tal conquista, o clube que no mês seguinte passaria se denominar Clube Atlético Juventus, credenciou-se a disputar a divisão principal do futebol de São Paulo.

Tudo isso, tal como foi noticiado no dia 27 de janeiro de 1930 pelo jornal Folha da Manhã, está aí embaixo. Na mesma data, também a Folha noticiava uma notícia menor e menos relevante para o esporte bretão: a fusão entre a A.A. Palmeiras e o C.A. Paulistano, dando origem ao São Paulo F.C.

Clique para ver em tamanho maior.





O Crespi, que de ha algum tempo a esta parte se vinha impondo em nossos meios esportivos, pela maneira com que vinha derrotando todos seus adversários, teve hontem o premio merecido de quem lucta com ardor e enthusiasmo, o fructo ambicionado de seus esforços. O Crespi, campeão da primeira divisão de 1929, venceu lisamente seu competidor de hontem, apesar de haver sido diminuta a contagem.


Que tal façanha do passado sirva de inspiração aos atletas e dirigentes de hoje e de sempre.

Parabéns, Juventus. Você tem história.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

As camisas da Umbro

Já falamos aqui destes modelos criados pela Umbro para a disputa da Copa Coca-Cola 2001, precursora da Copa FPF, atual Copa Paulista.

As camisas criadas pela tradicional marca inglesa especializada em futebol eram padronizadas com overloque aparente e gola V, mudando apenas as cores para os clubes participantes. No peito havia o nome da cidade do clube, na manga esquerda um escudo da Federação Paulista de Futebol. O patrocínio, óbvio, era da marca de refrigerantes, apenas na parte da frente.










O manto grená não era bem grená, mas de uma tonalidade escura, praticamente vinho. Os modelos utilizados pelo Juventus estão entre os mais cobiçados entre os juventinos e também os colecionadores em geral.

As camisas das fotos pertencem a mim e não estão à venda.

Se você quiser colaborar conosco, enviando fotos, imagens, histórias e curiosidades sobre a camisa do Juventus, escreva para hamilton@juventus.com.br

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Onde está a imprensa?



Mil e quinhentas pessoas deixaram seus afazeres na manhã deste domingo para se dirigirem ao estádio da Rua Javari e torcer pelo milagre da classificação do Juventus. O milagre não veio. Mas outra vez foi provada a atração e o fascínio que o clube grená desperta, não só em sua torcida mas também nos forasteiros que vêm de fora acompanhar um jogo no pequeno campo da Mooca.

Infelizmente o bom público que tomou as arquibancadas e os fundos dos gols parece não ser suficiente para a grande imprensa, que pouco falou sobre a situação do clube nos noticiários. É certo que o Juventus teve destaque no Globo Esporte, apresentado pelo fanfarrão Tiago Leifert, mas isto se deveu ao primeiro de abril, data na qual, por pura galhofa (e descompromisso com o jornalismo e os telespectadores, aliás) o jornal deixou de lado as notícias dos clubes grandes para falar de assuntos, digamos, alternativos. Até equipe de pólo sobre caiaque teve vez.

Claro que o Juventus, por estar num período sabático, longe dos holofotes, do dinheiro e dos grandes personagens futebolísticos, não desperta, a princípio, um interesse. E sua torcida diminuta não é suficiente para despertar uma atenção igual à de um time grande. Mas desde o ano passado motivos não faltaram para que, no mínimo, a imprensa paulistana voltasse um pouquinho os olhos para os lados da Rua dos Trilhos, Paes de Barros e arredores.

O Juventus viveu um período turbulento. Quase fez uma parceria com o Meu Time de Futebol, uma associação de internautas que objetiva comprar um clube e administrá-lo, mas foi demovido da ideia por pressão dos sócios e dos torcedores. Em seguida, veio o Grupo Planinvesti, com dinheiro, investimentos, marketing, com o intuito de fazer o time voar e voltar à elite do futebol em pouco tempo. Mas a relação do clube com a parceira foi de altos e baixos. Momentos tensos e quase vias de fato, quando o clube namorou com a zona de rebaixamento e os jogadores não possuíam um mínimo controle emocional durante as partidas.

O juventino sabe disso, pois acompanha as notícias sobre o clube e, principalmente, vai ao estádio.

Mas o resto das pessoas não faz a mínima noção de que tudo isso aconteceu. Porque a nossa imprensa local não mostrou - e aqui falo especialmente dos jornalões da cidade, a Folha, o Estado, o Jornal da Tarde, o Diário de São Paulo etc. Em um ou outro lugar, o Juventus sempre aparece como parte do folclore da cidade, algo curioso, exótico, interessante, diferente, o lugar onde Pelé fez o seu maior gol.

Mas nunca como um time de futebol. E é isso que ele é, pelo menos que eu saiba.

O Estadão publicou há poucas semanas página inteira falando do martírio do América de São José do Rio Preto, que atravessa gravíssima crise e quase foi rebaixado à Série A2 do Paulista. No último domingo, mais uma página inteira, desta vez sobre o Bonsucesso, time do subúrbio carioca, da segunda divisão fluminense, que luta para que um título estadual de 1919 seja reconhecido oficialmente.

A Folha nenhuma linha escreveu sobre o Moleque Travesso no mesmo período.

Os jornais paulistanos cedem uma porção de espaço para pessoas supostamente entendidas discorrerem verborragicamente sobre futebol. E outras tantas para dar os placares do campeonato inglês, escocês, austríaco. E mais outras para os resultados do turfe. Abrem espaço para falar de times de fora, mas dificilmente cedem uma linha para um clube da capital.

Silenciam sobre um clube de 86 anos de vida, 71 campeonatos paulistas de primeira divisão, e que é da própria cidade em que tais jornais são editados. O único periódico a acompanhar o noticiário do Juventus com afinco é a Folha da Vila Prudente, que circula somente às sextas-feiras e para público restrito aos bairros das redondezas do clube.

Mas hoje, segunda-feira, um jornal se redimiu. O caderno de Esportes de O Estado de S. Paulo trouxe reportagem e foto do jogo contra o Taboão, traçou um retrospecto da campanha tortuosa do clube e ainda lembrou que as eleições presidenciais se aproximam.

Certamente se o Juventus tivesse caído para a Série B, a quarta divisão estadual, e fosse, como até se cogitou no pior momento da crise, fechado o departamento de futebol profissional, todos os jornais noticiariam. A imprensa estaria lá, como urubu, para publicar a sua desgraça. Desgraça que ela mesma ajuda a provocar, por afastar o interesse do público.

Então, parabéns ao Estadão. Mostrou que o Juventus está ferido, mas que não está morto.